15 novembro 2006

SemTi

Sabes,
Sem ti a consciência,
Sem ti a ausência,
Sem ti a demência,
Sem ti a inexistência.

27 outubro 2006

Incompleto

Cada segundo sem ti é um minuto inacabado...

17 outubro 2006

Pesadelo...

Antítese do sonho sentimento,
Mórbido subconsciente mitigador,
Atrai irrascível pensamento
Síntese do término da dor.

18 setembro 2006

Mors, ultima ratio.

Ontem, os sentimentos expressos
Dignificavam, exaltavam o teu ser,
Intensos, incontrolados sentidos
O amor que me fez viver!

Revejo as ilusões passadas,
As imagens criadas
Nunca as imaginei pisadas.
Conseguiste rasgá-las,
Omitindo, mutilá-las,
Recebendo vãs palavras.

Recupero os bocados,
Aqueles mais delicados,
Invento desculpas, cuidados
Vários, apologéticos cenários,
Amando pensamentos passados.

Agora, só me resta
Guerrear com a ideia:
Onde fiquei nesta odisseia?
Na culpa fútil e mestra,
Indagando o meu triste ser:
Amar é sofrer?

Idealizei um magnânime cenário,
Recebi o pagamento sanguinário,
Amo, mas ela, o contrário.

Ao lutar contra tal sentimento,
Marcado pelo sofrimento,
Obriga-me a mudar de pensamento
Roído por tanto tormento.

Egoísta, a razão encontrou a solução,
Um morto não precisa do coração!

29 agosto 2006

Apologia do efémero

No meio deles abraço-os,
Mas não consigo.
Dão algo de si para me cobrir,
Contudo, já não existo para o sentir.
Agradeço cada momento,
Cada instante do pensamento,
Recordo, chorando, a amizade
Tamanha generosidade.
Acalmo com o carinho,
Com o cuidado.
Aceno, sorrio deleitado.
Eis que me prostro
Face à eternidade,
Deixo apenas a imagem
Da minha efemeridade.

27 agosto 2006

Adeus...

Semântica
De perder,
De ilusão,
De rendição,
De vazio.

Contexto
De brevidade,
De efemeridade,
De momento,
De ausência perpétua.

Imagens desfocadas,
Palavras adiadas,
Vidas paradas.

21 agosto 2006

(Des)espero

Espero deixar de respirar,
Deixar de sentir,
Conseguir dormir.
Não me preocupar
Porque estou a tremer,
Se pararei de sofrer
A tudo abandonar.
Sei ver-me sorrir
Vendo tudo sair.
Desespero não acabar.