29 agosto 2006

Apologia do efémero

No meio deles abraço-os,
Mas não consigo.
Dão algo de si para me cobrir,
Contudo, já não existo para o sentir.
Agradeço cada momento,
Cada instante do pensamento,
Recordo, chorando, a amizade
Tamanha generosidade.
Acalmo com o carinho,
Com o cuidado.
Aceno, sorrio deleitado.
Eis que me prostro
Face à eternidade,
Deixo apenas a imagem
Da minha efemeridade.

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