04 julho 2006

Castelo de Areia

O impeto de construir, a matéria necessária, o dia, o momento.
Afinal, o condimento que falta sou eu.
Coloco as mãos ao trabalho, aliso a areia, começo a pensar como vai ser grandioso, simplesmente majestoso, muralhas grossas, torreões altíssimos, como que se arranhassem os céus, janelas ornadas com mil vidrinhos de uma multiplicidade colorida , que transportam o rei astro para todos os recantos dos gigantescos salões marmorizados vestidos do mais puro e fino dourado. Tudo repleto da pura beleza da imaginação onde o arquitecto sou eu.
Executo tamanha empresa sem qualquer parança, cada vez mais a ver o edifício magnifico, o belo, o divino.
Eis que num momento de fúria o mar cessa toda a sonhadora labuta e arrasa impiedosamente toda a majestosidade.
Tudo fica no estado inicial.
O impeto de construir, a matéria necessária, o dia, o momento.
Contudo, já não tenho força para sonhar mais.

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