01 julho 2006

Para que escrevo?

Outrora, reneguei qualquer possiblidade megalómana de ousar pegar num qualquer objecto de escrita.
Agora ele é o meu único de instrumento de materialização dos meus pensamentos abstractos, já que tudo o que possuo de nada me serve para afastar toda a negatividade mórbida, que todos os dias me bate à porta, em forma de mutilação psico-física, no meio de embriagadas viagens ao charco de auto-estima mais fétido possivel mesmo para mim.
Naturalmente, encontro nele algo que não posso encontrar em mais lado algum, uma vítima para os meus devaneios mais alucinados, sem que de forma alguma se queixe que estou a necessitar, urgentemente, de ajuda profissional para regular, para níveis mais normais, a minha ridicula (in)existência.
Confesso, obviamente, que não faço qualquer intensão de gastar um único cêntimo em tal auxílio, ao invés, prefiro investir em algo que é fisicamente desinibidor na demanda de recuperar algo que perdi, isto é, o sonhar, e assim, ter confiança para lhe dar uso.
Como a tal estado físico estão associados outros efeitos secundários, não consigo ter o necessário para materializar a imagem mental, daí que me socorra deste meio virtual para fixar, o que de outro modo, ficaria para sempre irremediávelmente perdido na minha, não menos perdida, mente. (Quem sabe se também não o seria melhor dessa forma?)

1 comentário:

MS disse...

Bem...vou alucinar um bocadinho por aqui, posso?
Dia 1 de Julho, ficou marcado como o ínicio de uma grande viagem. Ninguém diria que se fosse prolongar por uma década. Não há palavras suficientes para descrever o que se passou durante este tempo, mas está tudo bem guardado na memória.
O que escreves é o espelho deste fim que de justo não teve nada. Só espero que daqui a uns anos consigas valorizar tudo o que construimos e olhes para trás com um sorriso, sem ódio.
Estás sempre no meu coração...