14 julho 2006

Minto...

Pensei no mentir, no errado, no reconhecer o erro, mas não o dizer, não o partilhar, como que se de uma praga se tratasse capaz de contaminar todo o pomar. Mentir é apenas um destemido inocente acto de tentar ser-se outro aos olhos de alguém, de forma a criar a ilusão da percepção da realidade, isto é, na mais simples imagem, ao podre da maçã. Contudo, eu sou mentira, faço de mim outro, quero ser outro, talvez seja o maior mentiroso de todos porque minto comigo sobre mim e para mim.
Afinal o mentir é apenas isso, uma cobarde apologia para esconder quem realmente sou, o que fiz, de pensar que sou divino ao ponto de raptar a verdade e devolvê-la à liberdade quando me aprouver... mera ilusão.

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