Sabes,
Sem ti a consciência,
Sem ti a ausência,
Sem ti a demência,
Sem ti a inexistência.
15 novembro 2006
27 outubro 2006
17 outubro 2006
Pesadelo...
Antítese do sonho sentimento,
Mórbido subconsciente mitigador,
Atrai irrascível pensamento
Síntese do término da dor.
Mórbido subconsciente mitigador,
Atrai irrascível pensamento
Síntese do término da dor.
18 setembro 2006
Mors, ultima ratio.
Ontem, os sentimentos expressos
Dignificavam, exaltavam o teu ser,
Intensos, incontrolados sentidos
O amor que me fez viver!
Revejo as ilusões passadas,
As imagens criadas
Nunca as imaginei pisadas.
Conseguiste rasgá-las,
Omitindo, mutilá-las,
Recebendo vãs palavras.
Recupero os bocados,
Aqueles mais delicados,
Invento desculpas, cuidados
Vários, apologéticos cenários,
Amando pensamentos passados.
Agora, só me resta
Guerrear com a ideia:
Onde fiquei nesta odisseia?
Na culpa fútil e mestra,
Indagando o meu triste ser:
Amar é sofrer?
Idealizei um magnânime cenário,
Recebi o pagamento sanguinário,
Amo, mas ela, o contrário.
Ao lutar contra tal sentimento,
Marcado pelo sofrimento,
Obriga-me a mudar de pensamento
Roído por tanto tormento.
Egoísta, a razão encontrou a solução,
Um morto não precisa do coração!
Dignificavam, exaltavam o teu ser,
Intensos, incontrolados sentidos
O amor que me fez viver!
Revejo as ilusões passadas,
As imagens criadas
Nunca as imaginei pisadas.
Conseguiste rasgá-las,
Omitindo, mutilá-las,
Recebendo vãs palavras.
Recupero os bocados,
Aqueles mais delicados,
Invento desculpas, cuidados
Vários, apologéticos cenários,
Amando pensamentos passados.
Agora, só me resta
Guerrear com a ideia:
Onde fiquei nesta odisseia?
Na culpa fútil e mestra,
Indagando o meu triste ser:
Amar é sofrer?
Idealizei um magnânime cenário,
Recebi o pagamento sanguinário,
Amo, mas ela, o contrário.
Ao lutar contra tal sentimento,
Marcado pelo sofrimento,
Obriga-me a mudar de pensamento
Roído por tanto tormento.
Egoísta, a razão encontrou a solução,
Um morto não precisa do coração!
29 agosto 2006
Apologia do efémero
No meio deles abraço-os,
Mas não consigo.
Dão algo de si para me cobrir,
Contudo, já não existo para o sentir.
Agradeço cada momento,
Cada instante do pensamento,
Recordo, chorando, a amizade
Tamanha generosidade.
Acalmo com o carinho,
Com o cuidado.
Aceno, sorrio deleitado.
Eis que me prostro
Face à eternidade,
Deixo apenas a imagem
Da minha efemeridade.
Mas não consigo.
Dão algo de si para me cobrir,
Contudo, já não existo para o sentir.
Agradeço cada momento,
Cada instante do pensamento,
Recordo, chorando, a amizade
Tamanha generosidade.
Acalmo com o carinho,
Com o cuidado.
Aceno, sorrio deleitado.
Eis que me prostro
Face à eternidade,
Deixo apenas a imagem
Da minha efemeridade.
27 agosto 2006
Adeus...
Semântica
De perder,
De ilusão,
De rendição,
De vazio.
Contexto
De brevidade,
De efemeridade,
De momento,
De ausência perpétua.
Imagens desfocadas,
Palavras adiadas,
Vidas paradas.
De perder,
De ilusão,
De rendição,
De vazio.
Contexto
De brevidade,
De efemeridade,
De momento,
De ausência perpétua.
Imagens desfocadas,
Palavras adiadas,
Vidas paradas.
21 agosto 2006
(Des)espero
Espero deixar de respirar,
Deixar de sentir,
Conseguir dormir.
Não me preocupar
Porque estou a tremer,
Se pararei de sofrer
A tudo abandonar.
Sei ver-me sorrir
Vendo tudo sair.
Desespero não acabar.
Deixar de sentir,
Conseguir dormir.
Não me preocupar
Porque estou a tremer,
Se pararei de sofrer
A tudo abandonar.
Sei ver-me sorrir
Vendo tudo sair.
Desespero não acabar.
06 agosto 2006
Espelho
Desmascarado?
Demente,
Ignorado, ignorante,
Inocente amante,
Descrente.
Corpo mutilado,
Disciplinado
Abandonado
Despedaçado.
Contorno desfigurado,
Tonitruante olhar,
Disforme, perdido,
Que jamais queres encontrar.
Não é alucinação.
Sofres da inevitabilidade,
Sofres da ilusão,
Da eternidade.
Não tens nada.
Não és nada.
Apenas vida passada.
Vês?
É o que és!
Sofrer…
Amar…
É morrer.
Demente,
Ignorado, ignorante,
Inocente amante,
Descrente.
Corpo mutilado,
Disciplinado
Abandonado
Despedaçado.
Contorno desfigurado,
Tonitruante olhar,
Disforme, perdido,
Que jamais queres encontrar.
Não é alucinação.
Sofres da inevitabilidade,
Sofres da ilusão,
Da eternidade.
Não tens nada.
Não és nada.
Apenas vida passada.
Vês?
É o que és!
Sofrer…
Amar…
É morrer.
31 julho 2006
Insónia insana
Nix ensina a ouvir o silêncio,
Bálsamo de magno incenso,
Embala o pensamento
Vestido de sofrimento.
Chronos mostra a magia,
Num pleno de euforia,
Como transforma a alegria
Na mais atroz agonia.
Assim penso e sinto…
Amar o ódio,
Lembrar o esquecimento,
Abraçar o abandono,
Rir do choro.
Assim sinto e penso…
Odiar o amor,
Esquecer o lembrar,
Abandonar o abraço,
Chorar do riso.
Assim (des)espero…
Bálsamo de magno incenso,
Embala o pensamento
Vestido de sofrimento.
Chronos mostra a magia,
Num pleno de euforia,
Como transforma a alegria
Na mais atroz agonia.
Assim penso e sinto…
Amar o ódio,
Lembrar o esquecimento,
Abraçar o abandono,
Rir do choro.
Assim sinto e penso…
Odiar o amor,
Esquecer o lembrar,
Abandonar o abraço,
Chorar do riso.
Assim (des)espero…
22 julho 2006
Beijo...
Ataco o corpo salgado delicadamente,
Caço a nua orelha,
Contorno o tenso pescoço,
Cubro a incrédula face,
Abraço o corpo doce carinhosamente.
Ajo num impulso demente.
Culpada, a boca maravilhada,
Como perdida no tempo e no espaço,
Começa a saborear a amargurada.
Abro os olhos a amar alucinadamente.
Beijo...
Caço a nua orelha,
Contorno o tenso pescoço,
Cubro a incrédula face,
Abraço o corpo doce carinhosamente.
Ajo num impulso demente.
Culpada, a boca maravilhada,
Como perdida no tempo e no espaço,
Começa a saborear a amargurada.
Abro os olhos a amar alucinadamente.
Beijo...
20 julho 2006
(Des)contrução
Não quero que tenham pena de mim, não posso ter pena de mim. Não posso deixar de procurar em mim o que almejo nos outros, o que repudio nos outros. Abuso de mim, em mente e corpo. Currompido por elasticidade e plasticidade. Transformo, muto, mutilo tudo em mim. Destruo. Construo.
18 julho 2006
Caminho o caminho
Caminho o caminho, encontro obstáculos, faço desvios, conheço, inclusivamente, atalhos mas curiosamente dou comigo sempre no mesmo ponto de partida. Parece-me que por mais que ande , por vezes, tudo o procuro está no ínicio de todas as jornadas e cruzadas. Será que caminhar realmente faz sentido, não será preferivel ficar parado? Que lógica nefasta me transporta nesta deambulação? Conclusão, sou um errante por entre três idades: em que se nasce, em que se vive e por último em que se morre. Em todas elas encontro sempre aspectos que me colocam como numa longa viagem de comboio em que tenho de mudar de linha e de comboio e por vezes até, se for o caso, de meio de transporte para fazer esta viagem dos três tempos. Apenas não sei qual deverá ser o caminho a caminhar. Quem sabe?
14 julho 2006
Minto...
Pensei no mentir, no errado, no reconhecer o erro, mas não o dizer, não o partilhar, como que se de uma praga se tratasse capaz de contaminar todo o pomar. Mentir é apenas um destemido inocente acto de tentar ser-se outro aos olhos de alguém, de forma a criar a ilusão da percepção da realidade, isto é, na mais simples imagem, ao podre da maçã. Contudo, eu sou mentira, faço de mim outro, quero ser outro, talvez seja o maior mentiroso de todos porque minto comigo sobre mim e para mim.
Afinal o mentir é apenas isso, uma cobarde apologia para esconder quem realmente sou, o que fiz, de pensar que sou divino ao ponto de raptar a verdade e devolvê-la à liberdade quando me aprouver... mera ilusão.
Afinal o mentir é apenas isso, uma cobarde apologia para esconder quem realmente sou, o que fiz, de pensar que sou divino ao ponto de raptar a verdade e devolvê-la à liberdade quando me aprouver... mera ilusão.
10 julho 2006
Mundo ao contrário
Será que passei para o lado do contra, em que não interessa a dicotomia bem e mal, apenas fazer o que na realidade é o oposto, mesmo que isso implique ser o verdadeiro ser ego-antagónico.
É a necessidade de confronto, de grito, de revolta, mas acima de tudo de inconformismo.
É aceitar a vida renegando-a cada vez mais, desvalorizando tudo, mesmo as mais ternas e marcantes imagens que nos fizeram sonhar e ser.
É mentir, fugir, roubar e matar tudo em mim.
Enfim, é a solução quando tudo o resto deixou de ter razão.
É a necessidade de confronto, de grito, de revolta, mas acima de tudo de inconformismo.
É aceitar a vida renegando-a cada vez mais, desvalorizando tudo, mesmo as mais ternas e marcantes imagens que nos fizeram sonhar e ser.
É mentir, fugir, roubar e matar tudo em mim.
Enfim, é a solução quando tudo o resto deixou de ter razão.
09 julho 2006
A vida é o que fazemos dela.
Na plena imensidão do deserto vejo afinal um oásis, uma miragem idílica de uma fantasia completamente impossivel para mim. É a visão de deslumbre inatingível de beleza e simplicidade que faz reflectir se de facto todo o sofrimento, ódio, pessimismo tem razão de ser. A liberdade, a pureza, a amizade, o carinho são o que me faz (sobre)viver nesta paisagem desprotegida e árida de afectos que percorro, como que se de uma peregrinação se tratasse, completamente alheio a tudo e todos. Afinal a mais fresca e pura verdade, para mim, é encontrar ao longo de cada etapa a forma como cada peça se encaixa no puzzle final, que acaba muito além da mera existência irreal pela qual batalho incessantemente e para a qual já conheço o desfecho.
04 julho 2006
Castelo de Areia
O impeto de construir, a matéria necessária, o dia, o momento.
Afinal, o condimento que falta sou eu.
Coloco as mãos ao trabalho, aliso a areia, começo a pensar como vai ser grandioso, simplesmente majestoso, muralhas grossas, torreões altíssimos, como que se arranhassem os céus, janelas ornadas com mil vidrinhos de uma multiplicidade colorida , que transportam o rei astro para todos os recantos dos gigantescos salões marmorizados vestidos do mais puro e fino dourado. Tudo repleto da pura beleza da imaginação onde o arquitecto sou eu.
Executo tamanha empresa sem qualquer parança, cada vez mais a ver o edifício magnifico, o belo, o divino.
Eis que num momento de fúria o mar cessa toda a sonhadora labuta e arrasa impiedosamente toda a majestosidade.
Tudo fica no estado inicial.
O impeto de construir, a matéria necessária, o dia, o momento.
Contudo, já não tenho força para sonhar mais.
Afinal, o condimento que falta sou eu.
Coloco as mãos ao trabalho, aliso a areia, começo a pensar como vai ser grandioso, simplesmente majestoso, muralhas grossas, torreões altíssimos, como que se arranhassem os céus, janelas ornadas com mil vidrinhos de uma multiplicidade colorida , que transportam o rei astro para todos os recantos dos gigantescos salões marmorizados vestidos do mais puro e fino dourado. Tudo repleto da pura beleza da imaginação onde o arquitecto sou eu.
Executo tamanha empresa sem qualquer parança, cada vez mais a ver o edifício magnifico, o belo, o divino.
Eis que num momento de fúria o mar cessa toda a sonhadora labuta e arrasa impiedosamente toda a majestosidade.
Tudo fica no estado inicial.
O impeto de construir, a matéria necessária, o dia, o momento.
Contudo, já não tenho força para sonhar mais.
01 julho 2006
Para que escrevo?
Outrora, reneguei qualquer possiblidade megalómana de ousar pegar num qualquer objecto de escrita.
Agora ele é o meu único de instrumento de materialização dos meus pensamentos abstractos, já que tudo o que possuo de nada me serve para afastar toda a negatividade mórbida, que todos os dias me bate à porta, em forma de mutilação psico-física, no meio de embriagadas viagens ao charco de auto-estima mais fétido possivel mesmo para mim.
Naturalmente, encontro nele algo que não posso encontrar em mais lado algum, uma vítima para os meus devaneios mais alucinados, sem que de forma alguma se queixe que estou a necessitar, urgentemente, de ajuda profissional para regular, para níveis mais normais, a minha ridicula (in)existência.
Confesso, obviamente, que não faço qualquer intensão de gastar um único cêntimo em tal auxílio, ao invés, prefiro investir em algo que é fisicamente desinibidor na demanda de recuperar algo que perdi, isto é, o sonhar, e assim, ter confiança para lhe dar uso.
Como a tal estado físico estão associados outros efeitos secundários, não consigo ter o necessário para materializar a imagem mental, daí que me socorra deste meio virtual para fixar, o que de outro modo, ficaria para sempre irremediávelmente perdido na minha, não menos perdida, mente. (Quem sabe se também não o seria melhor dessa forma?)
Agora ele é o meu único de instrumento de materialização dos meus pensamentos abstractos, já que tudo o que possuo de nada me serve para afastar toda a negatividade mórbida, que todos os dias me bate à porta, em forma de mutilação psico-física, no meio de embriagadas viagens ao charco de auto-estima mais fétido possivel mesmo para mim.
Naturalmente, encontro nele algo que não posso encontrar em mais lado algum, uma vítima para os meus devaneios mais alucinados, sem que de forma alguma se queixe que estou a necessitar, urgentemente, de ajuda profissional para regular, para níveis mais normais, a minha ridicula (in)existência.
Confesso, obviamente, que não faço qualquer intensão de gastar um único cêntimo em tal auxílio, ao invés, prefiro investir em algo que é fisicamente desinibidor na demanda de recuperar algo que perdi, isto é, o sonhar, e assim, ter confiança para lhe dar uso.
Como a tal estado físico estão associados outros efeitos secundários, não consigo ter o necessário para materializar a imagem mental, daí que me socorra deste meio virtual para fixar, o que de outro modo, ficaria para sempre irremediávelmente perdido na minha, não menos perdida, mente. (Quem sabe se também não o seria melhor dessa forma?)
16 maio 2006
1ª Pintura
O pintor treme, pinta, sem conseguir, o que pretende.
O pincel sofre, vítima do incauto.
Pobre demente julga aliviar a dor ao colocar a cor onde esta nunca houve.
O alvo não merece ser sujo.
Pousa o pincel e a paleta.
A luta não está aí, apenas desperdiça tinta.
Ilude a mente que se sente capaz de o fazer, mas apenas irá esmorecer e sofrer.
O pincel sofre, vítima do incauto.
Pobre demente julga aliviar a dor ao colocar a cor onde esta nunca houve.
O alvo não merece ser sujo.
Pousa o pincel e a paleta.
A luta não está aí, apenas desperdiça tinta.
Ilude a mente que se sente capaz de o fazer, mas apenas irá esmorecer e sofrer.
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